Diretoria do Flamengo impede Gabigol de discursar à torcida em sua despedida

Gabigol solicitou microfone para discurso em sua despedida, mas o presidente Rodolfo Landin vetou, temendo uso político a poucos dias da eleição, marcada para segunda-feira.

Aluízio Junio - do Zero22 em Campos/RJ
04/12/2024 16h02 - Atualizado em 04/12/2024 às 16h02
Diretoria do Flamengo impede Gabigol de discursar à torcida em sua despedida
Gabigol com a camisa do Flamengo à beira do gramado do Maracanã no jogo contra o Atlético-MG, dia 13, quando estava afastado — Foto: Reprodução

Mais uma vez priorizando interesses políticos em detrimento dos anseios da torcida rubro-negra, o presidente do Flamengo, Rodolfo Landim, teria negado o pedido do atacante Gabriel Barbosa para usar o microfone em sua despedida oficial no Maracanã.

Segundo matéria publicada pelo jornalista Gilmar Ferreira no Jornal Extra, o ídolo rubro-negro solicitou aos organizadores do evento um microfone para se dirigir aos torcedores e se despedir após seu último jogo com a camisa do Flamengo. Contudo, Landim vetou a ideia, justificando temores de que o momento pudesse ser usado com objetivos políticos, especialmente às vésperas das eleições internas do clube.

A preocupação de Landim é de que Gabigol, em seu discurso, repetisse o tom usado na final da Copa do Brasil, expondo ainda mais a atual gestão. Vale lembrar que, embora uma proposta de renovação tenha sido inicialmente acordada entre o jogador e o clube, ela acabou sendo descumprida pela diretoria. Essa mesma diretoria, em 2022, optou por contratar Paulo Sousa ao invés de recontratar Jorge Jesus, alegando que precisava honrar compromissos firmados.

A saída de Gabigol levanta questionamentos sobre a capacidade do Flamengo de encontrar uma reposição à altura. Com um orçamento limitado, o clube precisará recorrer a soluções "criativas", estratégia que, sob a gestão de Marcos Braz e Bruno Spindel, trouxe resultados duvidosos, como as contratações de treinadores que não atenderam às expectativas, como Domenéc Torrent e Paulo Sousa.

O cenário se agrava ao considerar o histórico recente de decisões equivocadas da diretoria em relação a reposições no elenco. Gabigol, um jogador multicampeão e decisivo, voltou a ser protagonista marcando em momentos cruciais na última Copa do Brasil, mesmo após ter enfrentado queda de rendimento sob técnicos que prejudicaram o desempenho geral do elenco e sofrer retaliações explícitas do ex-treinador Tite.

A postura da gestão Landim deixa dúvidas não apenas sobre o futuro imediato do time, mas também sobre o impacto de decisões que parecem colocar a política acima dos interesses do Flamengo.


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