Após sofrer uma derrota no Congresso Nacional com a derrubada do decreto que previa o aumento das alíquotas do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras), o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva deverá recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF) para tentar reverter a decisão e manter a alta do imposto. A medida, que havia sido rejeitada por ampla maioria de deputados e senadores, teria impacto direto no crédito, nos financiamentos e nas operações financeiras do dia a dia dos brasileiros.
Na prática, a iniciativa do Planalto representa mais uma tentativa de aumentar a arrecadação federal e, consequentemente, tirar ainda mais dinheiro do bolso da população. O argumento do governo é de que o Congresso teria interferido em uma atribuição exclusiva do Poder Executivo. Ainda que a análise no STF não ocorra de imediato, o movimento é visto como uma forma de reafirmar o controle do governo sobre a política tributária.
Mais impostos, mais pressão sobre o cidadão
A possível retomada do aumento do IOF acontece em um momento em que o brasileiro já convive com uma das cargas tributárias mais altas do mundo. O imposto incide diretamente sobre operações de crédito, financiamentos, seguros e câmbio, afetando especialmente quem precisa recorrer a empréstimos ou utiliza cartões de crédito.
Com a manutenção do aumento, o custo do crédito se tornaria ainda mais elevado, penalizando diretamente famílias de baixa renda, pequenos empreendedores e consumidores em geral. A medida também afetaria a atividade econômica, uma vez que o encarecimento do crédito reduz o poder de consumo e a capacidade de investimento.
No fim das contas, quem paga a conta é o povo
Enquanto as articulações políticas seguem nos bastidores de Brasília, a população continua arcando com os custos. A tentativa do governo Lula de reverter a decisão sobre o IOF mostra que, ao invés de buscar soluções que aliviem a carga tributária, a prioridade ainda é manter a arrecadação alta, mesmo que isso pese cada vez mais no bolso dos brasileiros.