O clima esquentou na sessão desta quinta-feira (2) da Câmara Municipal de Guarus. O vereador Paulo Cothé (PL) fez um duro desabafo na tribuna, denunciando o que classificou como desigualdade na distribuição de obras e abandono de bairros da cidade.
Com tom de indignação, o parlamentar citou o caso do UBS do Parque Santa Helena, que está há dez meses aguardando conclusão de reforma, e também do UBS do Parque Cidade Luz, obras que, segundo ele, seguem paradas apesar de reiterados pedidos.
“Na verdade, é um desabafo aqui, que muitos não têm coragem de falar, mas eu vou botar minha cara na reta. UBS do Parque Santa Helena, dez meses na reforma, pedindo várias vezes, até hoje não foi reformado. (…) E a gente pede uma obra pequena, uma reforma, e não anda. Eu não sei o porquê”, afirmou.
Cothé também criticou a falta de retorno do Executivo municipal aos vereadores da base, destacando que, embora tenha sido um dos mais votados da cidade, não recebe a mesma atenção que outros parlamentares.
“Não sou melhor do que ninguém, mas também não sou pior. (…) Não sou puxa-saco de ninguém. (…) Fui o mais votado de Guarus. E aonde você for o mais votado, você vai ser prestigiado. Vai me colocar na geladeira? Pode colocar, não tem problema. Mas colocar é melhor tirar do grupo, me tira do grupo. Não vou aceitar isso não, é sacanagem, é falta de respeito com o vereador”, disparou.
O vereador apontou ainda que enquanto alguns colegas recebem recursos milionários e grandes obras em suas bases eleitorais, outros ficam praticamente esquecidos. Ele classificou a situação como “desigualdade gritante”.
“Tem vereador que tem hospital, tem quatro, cinco equipamentos. (…) E eu, que tive cinco mil votos, tenho a menor estrutura de todos aqui. Não me tira como bobo, não me tira como otário, porque eu não sou”, declarou, em tom de revolta.
Os bairros citados pelo parlamentar, Parque Santa Helena e Parque Cidade Luz, refletem um problema antigo em Guarus: a demora em reformas de unidades básicas e obras essenciais. Enquanto isso, comunidades inteiras seguem sem atendimento adequado, enfrentando precariedade nos serviços públicos e sensação de abandono.
A população, que já convive com ruas mal cuidadas, falta de infraestrutura e carência de equipamentos, agora vê também as promessas de melhorias emperrarem em meio a disputas políticas e favorecimentos seletivos.
Encerrando seu discurso, Paulo Cothé deixou claro que seu compromisso é com os moradores e não com arranjos políticos internos. Ele disse estar disposto a seguir cobrando e denunciando o que considera injustiça na condução das obras pela Prefeitura.
“Mais uma vez deixo aqui meu desabafo e minha tristeza. (…) Entrei na política pra ajudar, e eu quero ajudar. Mas isso parece que é pra engessar. E se for pra engessar, me tira do grupo”, concluiu.
