O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta segunda-feira (25/8) que adotará medidas de retaliação contra países que impuserem impostos ou regras voltadas às big techs norte-americanas. A declaração foi feita em postagem na plataforma X (antigo Twitter).
Trump criticou diretamente a adoção de legislações específicas para o setor digital. Segundo ele, medidas como impostos digitais, regras de serviços online e regulações de mercado têm como objetivo prejudicar ou discriminar empresas dos EUA, ao mesmo tempo em que favoreceriam companhias chinesas.
“Como presidente dos Estados Unidos, defenderei nosso incrível setor de tecnologia contra países que o atacarem. (...) Coloco todos os países com impostos digitais e regulações em aviso de que, caso essas ações não sejam retiradas, aplicarei tarifas adicionais substanciais às exportações desses países para os EUA e restrições às exportações da nossa tecnologia e chips altamente protegidos”, escreveu Trump.
O republicano reforçou que as empresas norte-americanas “não serão mais tratadas como cofrinho ou capacho do mundo”.
Lula já havia cogitado taxar big techs
O tema tem ligação direta com o Brasil. Em julho, durante o 60º Congresso da União Nacional dos Estudantes (UNE), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu a possibilidade de cobrar impostos de grandes empresas digitais norte-americanas. A medida foi cogitada como resposta às tarifas impostas por Washington sobre exportações brasileiras.
“Não aceitamos que ninguém se meta nos nossos assuntos internos. Vamos responder como democratas: cobrando imposto das empresas digitais americanas”, declarou Lula na ocasião.
Gilmar Mendes e a "soberania digital"
Também nesta segunda-feira (25/8), o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou em publicação que a soberania digital deve ser tratada como prioridade estratégica para o Brasil. Segundo ele, o país sofre de “dependência crítica de infraestrutura digital controlada por empresas estrangeiras”, algo que precisaria ser superado para reduzir vulnerabilidades.
Poucas horas depois, o advogado Martin De Luca, que representa a Trump Media e a plataforma Rumble, respondeu à fala do ministro. Em tom crítico, ele afirmou: “Obrigado por deixar claro que as máscaras estão caindo. Gilmar achou que seria uma boa ideia lançar luz sobre a manobra silenciosa. Segundo o decano do STF, o Brasil deve pôr fim ao ‘neocolonialismo digital’ e à dependência de plataformas norte-americanas”.